kurt Cobain, amor e suicídio

Kurt Donad Cobain,
 suicídio e amor
por: Diogo Santos

O ano é 1993, no som, rifs distorcidos de guitarra e uma gritaria louca dizendo “No I dont have a gun”, trancado no quarto, tentando bater as 4 notas que fizeram diferença na época. Movendo uma geração inteira de meninos e meninas que queriam quebrar todas as barreiras da imoral política social que girava ao redor do mundo. Este era o ano de Nirvana, e de algo que tinha um cheirinho de “Espírito Jovem”.
Kurt Cobain comandava os vocais gritados e a guitarra distorcida da banda que revolucionou, e fez uma reviravolta em toda a história do rock. Lançando assim ao mundo um novo estilo de vida que logo foi denominado “Grunge”.
Roupas largadas, cabelos grandes e desgrunhidos que balançavam a cada nota da guitarra com overdrive no ultimo, ou a cada marcação do contrabaixo de Krist Novoselic, e também sob a levada frenética da bateria de Dave Grohl.
Disto era feito o nirvana, e disto era feito Kurt Cobain.
Nas minhas aulas de Rock n Roll, que durante toda minha vida moldaram minha personalidade e me disseram para sempre ser o que sou não importando qual a modinha da vez, Kurt e o Nirvana sempre influenciaram diretamente, como formação musical sem muita ciência e com muito sentimento.
Hoje Dave Grohl que lidera o Foo Fighters, continua fazendo música de ótima qualidade, e o nirvana continua sendo escutado e admirado por jovens do mundo todo.
Mais pesado que o céu, foi o título escolhido para uma biografia de Kurt Cobain que conta sua trajetória com o nirvana até tudo se acabar em 05 de abril de 1994 quando o mesmo foi encontrado morto em seu apartamento em Seatle.
Kurt passava por momentos dificeis e depressivos por manipulações de certo ser feminino que também tinha uma banda que só tinha a ganhar com sua morte.
Não vamos entrar em detalhes polemicos pois o objetivo deste post é sim prestar uma homenagem ao criador de um estilo de vida, ao jovem, quieto e depressivo que ensinou toda uma geração a viver sem aceitar cada dia mais regras.
Antes de morrer, Kurt deixou uma carta de despedida e agradecimento destinada a seu amigo imaginário da infancia.
A carta intitulada “Para Boddah” rodou o mundo passando nas mãos de seus fãs que fizeram dela, armadura para levar a frente o grunge e o estilo de Kurt Cobain.
Kurt também deixou uma filha, Francis que hoje está sob custodia da mãe e mora na califórnia.
Abaixo segue tradução da carta de Kurt.


Para Boddah


Falando como um simplório experiente que obviamente preferiria ser um efeminado, infantil e chorão. Este bilhete deve ser fácil de entender
Todas as advertências dadas nas aulas de punk rock ao longo dos anos, desde minha primeira introdução a, digamos assim, ética envolvendo independência e o abraçar de sua comunidade, provaram ser verdadeiras.
 Há muitos anos eu não venho sentindo excitação ao ouvir ou fazer música, bem como ler e escrever. Minha culpa por isso é indescritível em palavras.
 Por exemplo, quando estou atrás do palco, as luzes se apagam e o ruído ensandecido da multidão começa, nada me afetava do jeito que afetava Freddie Mercury, que costumava amar, deliciar com o amor e adoração da multidão – o que é uma coisa que totalmente admiro e invejo.
 O fato é que não consigo enganar vocês, nenhum de vocês. Simplesmente não é justo para vocês e para mim.
 O pior crime que posso imaginar seria enganar as pessoas sendo falso e fingindo que estou me divertindo 100 por cento. Às vezes acho que eu deveria acionar um despertador antes de entrar no palco.
 Tentei tudo que está em meus poderes para gostar disso (e eu gosto, Deus, acreditem-me, eu gosto, mas não o suficiente).
 Me agrada o fato de que eu e nós atingimos e divertimos uma porção de gente. Devo ser um daqueles narcisistas que só dão valor às coisas depois que elas se vão. 
Eu sou sensível demais.
 Preciso ficar um pouco dormente para ter de volta o entusiasmo que eu tinha quando criança.
 Em nossas últimas três turnês, tive um reconhecimento por parte de todas as pessoas que conheci pessoalmente e dos fãs de nossa música, mas ainda não consigo superar a frustração, a culpa e a empatia que tenho por todos.
 Existe o bom em todos nós e acho que eu simplesmente amo as pessoas demais, tanto que chego a me sentir mal.
 O triste, sensível, insatisfeito, pisciano, pequeno homem de Jesus. Por que você simplesmente não aproveita? Eu não sei! Tenho uma esposa que é uma deusa, que transpira ambição e empatia, e uma filha que me lembra demais como eu costumava ser, cheia de amor e alegria, beijando todo mundo que encontra porque todo mundo é bom e não vai fazer mal a ela. Isto me aterroriza a ponto de eu mal conseguir funcionar. 
Não posso suportar a idéia de Frances se tornando o triste, autodestrutivo e mórbido roqueiro que eu virei.
 Eu tive muito, muito mesmo, e sou grato por isso, mas desde os sete anos de idade passei a ter ódio de todos os humanos em geral.
 Apenas porque parece muito fácil se relacionar e ter empatia. Apenas porque eu amo e sinto demais por todas as pessoas, eu acho.
 Obrigado do fundo de meu nauseado estômago queimando por suas cartas e sua preocupação ao longo dos anos.
 Eu sou mesmo um bebê errático e triste! Não tenho mais paixão, então lembrem, é melhor queimar do que se apagar aos poucos.


 Paz, Amor, Empatia. Kurt Cobain.


Frances e Courtney, estarei em seu altar. Por favor, vá em frente, Courtney, por Frances. Pela vida dela, que vai ser tão mais feliz sem mim.
EU TE AMO, EU TE AMO!